Por Antonio Pimenta, especialista em investimentos imobiliários
O bairro do Real Parque, situado na Zona Oeste paulistana, desponta como novo polo de lançamentos de alto padrão. Tradicionalmente ofuscado pelas zonas nobres da capital, o bairro tem visto um crescimento expressivo no setor imobiliário de luxo — trazendo incorporadoras e investidores em busca de grandes oportunidades.
O movimento reflete o cenário geral de São Paulo: segundo levantamento da Pilar baseado em dados do ITBI, o Valor Geral de Vendas (VGV) de empreendimentos residenciais acima de R$ 2 milhões alcançou R$ 4,6 bilhões no 1.º trimestre de 2025 — um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2024.
Se este valor já impressiona nas regiões consagradas, o maior destaque é o desempenho de bairros emergentes como o Real Parque, com alta de 135,3% no volume de vendas de imóveis de luxo — VGV médio de R$ 3,5 milhões .
Segundo o CRECI-SP, o Real Parque é classificado como “Zona de Valor A”, em meio a um desenvolvimento urbano evidente.
O acelerado processo de verticalização, com novos prédios de alto luxo, tem atraído compradores que buscam espaço e alto padrão.
Um marco simbólico desta mudança é o complexo Parque Global — empreendimento de altíssimo luxo desenvolvido pela Benx em parceria com Related Brasil e Starwood Capital. Embora divulgado como parte de Real Parque, está tecnicamente em Vila Andrade, ao lado do parque Burle Marx, na Marginal Pinheiros. Com cinco torres residenciais, centro comercial, hotel, hospital do Einstein e VGV estimado em R$ 11,5 bilhões, o projeto enfatiza o desejo por estilo de vida premium na região.
O fluxo de lançamentos em São Paulo segue intenso: foram lançadas 12,4 mil unidades residenciais em março, totalizando 118,1 mil em 12 meses. Para imóveis de alto padrão (superior a R$ 1,5 milhão), houve alta de 10% no número de unidades lançadas entre janeiro e setembro de 2024, com um VGV de R$ 14 bilhões (+19,6%).
No caso do Real Parque, se o patamar médio está em R$ 3,5 milhões por unidade, quem compra hoje tende a usufruir de forte potencial de valorização, à medida que o bairro ganha infraestrutura de luxo, conectividade e apropriação de mercado. O comportamento confirma o movimento de descentralização do luxo, com incorporadoras aproveitando o espaço onde os terrenos ainda têm relativa competitividade l.
O que motivou esta migração de luxo?
Confinamento a bairros tradicionais (Jardim Paulista, Vila Nova Conceição, Itaim Bibi), falta de áreas disponíveis e alto custo por m² estão impulsionando o “spillover” de luxo para bairros adjacentes, entre os quais se destaca o Real Parque. Além disso, a chegada do Parque Global trouxe também investimentos em infraestrutura viária e valorização do entorno.
Para investidores, esta combinação de fatores — expansão de lançamentos, altíssimo padrão elevando o ticket médio e infraestrutura premium — consolida o Real Parque como um novo território promissor.
Oportunidades para investidores
Entrada ainda competitiva: imóveis neste estágio da verticalização oferecem preço por m² inferior ao de áreas nobres, com margem para ganho patrimonial.
Oferta diversificada: projetos com serviços completos — hospital, hotel, comércio e ampla área verde — elevam o apelo e a liquidez.
Tendência de valorização: a expansão do luxo para zonas periféricas acompanha uma lógica global; SP não é exceção.
O Real Parque simboliza a nova fronteira do mercado imobiliário paulistano de luxo. Com lançamentos robustos, fluxo consistente de iniciativas residenciais de alto padrão, e atrativos urbanos em evolução, o bairro está se posicionando como um dos polos mais promissores para investidores e compradores exigentes.
